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ENXAMES ESTELARES



Falando de forma bem simples esses Enxames são aglomerados de estrelas
com algumas dezenas  anos-luz de diâmetro e contendo milhares de estrelas, e são classificados de 3 tipos:


ENXAMES ABERTOS
Um enxame aberto é um grupo de alguns milhares de estrelas que se formaram a partir da mesma nuvem molecular gigante, e que ainda estão ligados entre si gravitacionalmente. Geralmente os enxames abertos encontram-se apenas nas galáxias espirais e irregulares, onde ainda decorre formação estelar. Normalmente têm poucas centenas de milhões de anos; sofrem distúrbios devido a encontros próximos com outros enxames e nuvens de gás à medida que orbitam o centro galáctico, bem como perdem membros através de encontros próximos internos.

Os jovens enxames abertos podem ainda estar contidos dentro da nuvem molecular onde se formaram, iluminando-a para criar uma região H II. Ao longo do tempo, a pressão da radiação do enxame irá dispersar a nuvem molecular. Regularmente, cerca de 10% da massa da nuvem gasosa irá coalescer em estrelas antes da pressão da radiação afastar o resto.

Os enxames abertos são muito importantes no estudo da evolução estelar. Devido às estrelas terem todas uma idade e composição química aproximadas, os efeitos de outras variáveis mais subtis nas propriedades das estrelas são muito mais facilmente estudados do que para estrelas isoladas.

Os mais famosos enxames abertos, tal como as Plêiades, são conhecidos e reconhecidos como grupos de estrelas desde a Antiguidade. Outros eram observados apenas como manchas de luz, e foi só a partir da invenção do telescópio que se conseguiu observá-los em estrelas individuais. As observações telescópicas revelaram dois tipos distintos de enxames, um dos quais continha milhares de estrelas numa distribuição regular esférica e encontrava-se preferencialmente mais para o centro da Via Láctea, e o outro tipo consiste numa população bem mais pequena numa forma irregular e encontrado por todo o céu. Os astrónomos chamaram ao primeiro tipo enxame globular, e ao último enxame aberto. Os enxames abertos são também por vezes referidos como enxames galácticos, devido a serem quase exclusivamente encontrados no plano da Via Láctea... (para ler tudo clique aqui)


Figura 1 - Para alguns, os contornos do enxame aberto M6 assemelha-se a uma borboleta. Também conhecido como NGC 6405, situa-se a cerca de 2,000 anos-luz de distância. M6 pode bem ser observado num céu escuro com binóculos na direcção da constelação de Escorpião, ao longo de uma área com quase o diâmetro aparente da Lua Cheia. Tal como os outros enxames abertos, M6 é composto na sua maioria por jovens estrelas azuis, embora a mais tenha um tom alaranjado. Estima-se que M6 tenha aproximadamente 100 milhões de anos.
Crédito: AURA, NOAO, NSF







Figura 2 - M7 é um dos mais proeminentes enxames abertos do céu. Dominado por brilhantes estrelas azuis, pode ser visto a olho nu num local escuro na direcção de Escorpião. M7 contém ao todo cerca de 100 estrelas, tem aproximadamente 200 milhões de anos, cobre uma área de 25 anos-luz e situa-se a 1,000 anos-luz de distância. O enxame M7 é conhecido desde a Antiguidade. O próprio Ptolomeu observou-o no ano 130. São também visíveis nuvens escuras, e literalmente milhões de estrelas sem relação na direcção do centro Galáctico.
Crédito: Allan Cook & Adam Block, NOAO, AURA, NSF






Figura 10 - As Plêiades são provavelmente o mais conhecido enxame estelar. Situam-se a cerca de 400 anos-luz.
Crédito: Matthew T. Russell


















ENXAMES GLOBULARES
Os enxames globulares são concentrações ligadas graviticamente de mais ou menos entre dez mil a um milhão de estrelas, espalhadas por um volume de algumas dezenas até cerca de 200 anos-luz em diâmetro.

O primeiro enxame globular descoberto, à altura confundido com uma nebulosa, foi M22 em Sagitário, provavelmente por Abraham Ihle em 1665. A esta descoberta seguiu-se o enxame Omega Centauri (NGC 5139) por Edmond Halley em 1677. Conhecia-se esta "nebulosa" mas estava classificada como estrela desde a Antiguidade.
Figura 10 - O enxame globular M22 (também conhecido como NGC 6656) está localizado na constelação de Sagitário. Foi descoberto por Abraham Ihle em 1665. É um dos enxames globulares mais próximos da Terra, a uma distância aproximada de 10,400 anos-luz. A maioria das estrelas dos enxames globulares são velhas, e as de M22 não são excepção. As estrelas com os tons mais alaranjados são na verdade gigantes vermelhas.
Crédito: Robert Gendler


Posteriormente foi M5 em Serpente por Godfried Kirch em 1702, e M13 em Hércules por Halley em 1714.



Figura 4 - O enxame globular M5 contém aproximadamente 100,000 estrelas (mais de 100 sabe-se que são variáveis). Situa-se na direcção da constelação de Serpente, a 25,400 anos-luz.
Crédito: Robert Gendler 

Figura 7 - M13 é um dos mais conhecidos enxames globulares. Visível com binóculos na constelação de Hércules, é frequentemente um dos primeiros objectos avistados pelos curiosos do céu à procura de maravilhas celestes para lá da visão humana. M13 é o lar colossal de mais de 100,000 estrelas, numa área com mais de 150 anos-luz de diâmetro, a 20,000 anos-luz de distância, e com uma idade de mais de 12 mil milhões de anos. Em 1974, uma mensagem rádio acerca da Terra foi enviada a partir do Observatório de Arecibo na direcção de M13.
Crédito: Yuugi Kitahara
 

A lista de nebulosas de De Chéseaux de 1746 contém, em adição, dois novos enxames globulares, M71 e M4, enquanto Jean-Dominique Maraldi descobria M15 e M2 em Setembro deste ano (1746). O catálogo de nebulosas do Sul de Abbe Lacaille de 1751-52 tinha 8 enxames globulares (cinco dos quais recém-descobertos), e o catálogo de Messier tinha 29, 20 destes novas descobertas. Charles Messier foi o primeiro a resolver um enxame globular, M4. No entanto, ainda se referia aos outros por "nebulosas redondas". Por isso, no Verão de 1782, antes de William Herschel ter começado o seu estudo compreensivo do céu profundo com grandes telescópios, já se conheciam 33 enxames globulares. O próprio Herschel descobriu outros 37, elevando o número de enxames fechados conhecidos até 70. Foi o primeiro a resolver praticamente todos em estrelas, dando o nome "enxame globular" a este tipo de objectos. (para ler na íntegra clique aqui)



SISTEMAS ESTELARES
Um sistema estelar é um grupo de estrelas (e possivelmente outros corpos mais pequenos como planetas ou planetóides) que se orbitam umas às outras.

Embora seja uma definição semelhante à de enxame estelar, o termo é geralmente usado para descrever um grupo de poucas estrelas, geralmente duas ou três, dando valor à influência gravitacional que têm umas sobre as outras. Um sistema estelar tem um centro definitivo ao qual as estrelas do sistema orbitam, e um comportamento orbital bem delineado.

Os sistemas binários e múltiplos são comuns no Universo.

A formação estelar resulta em sistemas múltiplos tanto como em estrelas individuais, tal como o Sol, de acordo com as observações. As estrelas dos sistemas múltiplos orbitam-se mutuamente, e movem-se em torno do seu centro de massa, devido à interacção gravitacional, um efeito que pode ser observado nas mudanças das suas posições relativas e velocidades radiais, e estão mais ou menos à mesma distância do Sistema Solar.

Embora o catálogo de Messier tivesse sido feito com o propósito de enumerar apenas objectos nebulosos que pudessem ser confundidos com cometas, que hoje sabemos serem enxames, nebulosas ou galáxias, os sistemas duplos ou múltiplos certamente não caem nestas categorias.

Mesmo assim, sabe-se de dois objectos de Messier que, no entanto, estão listados: M40 e M73. Estas entradas eram mais anotações posicionais. No caso de M40 foi um erro de Hevelius que registou uma nebulosa não existente, e no caso de M73, Messier teve a impressão de ver uma nebulosa por trás das suas quatro estrelas.


Figura 1 - Talvez o mais famoso sistema duplo, Albireo, a cabeça do Cisne. As suas duas estrelas têm cores bastante diferentes. A mais pequena tem um tom azul-esbranquiçado e a maior um tom mais dourado.
Crédito: Michael Pagitz
 










Vários exemplos de sistemas binários: Albireo, Sirius, Procyon, Alpha Centauri (triplo).
Exemplos de sistemas superiores ou iguais a quatro estrelas: Alcyone, Castor, Mizar, Eta de Lira.

(para ler na íntegra é só clicar aqui)